A disciplina Metodologia Científica é eminentemente prática e deve estimular os estudantes para que busquem motivações para encontrar respostas às suas dúvidas. Se nos referimos a um curso superior estamos naturalmente nos referindo a uma Academia de Ciência e, como tal, as respostas aos problemas de aquisição de conhecimento deveriam ser buscadas através do rigor científico e apresentadas através das normas acadêmicas vigentes.
Dito isto, parece que fica claro que metodologia científica não é um simples conteúdo a ser decorado pelos alunos, para ser verificado num dia de prova; trata-se de fornecer aos estudantes um instrumental indispensável para que sejam capazes de atingir os objetivos da Academia, que são o estudo e a pesquisa em qualquer área do conhecimento. Trata-se então de se aprender fazendo, como sugere os conceitos mais modernos da Pedagogia.
Procuramos, na medida do possível, seguir rigorosamente as regras definidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, para elaboração de trabalhos científicos. Caso alguma regra não esteja sendo cumprida, a responsabilidade é da desatenção do autor.
A presente obra procura não dificultar as questões que envolvem a elaboração de um projeto e o relatório da pesquisa, portanto pode ser entendida como uma facilitadora da aprendizagem, onde os estudantes poderão consultar, a qualquer hora, para suprimir suas dúvidas quanto aos procedimentos, técnicas e normas de pesquisa.
Quando falamos de um curso superior, estamos nos referindo, indiretamente, a uma Academia de Ciências, já que qualquer Faculdade nada mais é do que o local próprio da busca incessante do saber científico. Neste sentido, esta disciplina tem uma importância fundamental na formação do profissional. Se os alunos procuram a Academia para buscar saber, precisamos entender que Metodologia Científica nada mais é do que a disciplina que “estuda os caminhos do saber“, se entendermos que “método” quer dizer caminho, “logia” quer dizer estudo e “ciência” que dizer saber. Mas aprender a pesquisar é muito fácil.
Tipos de Conhecimento
Conhecer é incorporar um conceito novo, ou original, sobre um ou fenômeno qualquer. O conhecimento não nasce do vazio e sim das experiências que acumulamos em nossa vida cotidiana, através de experiências dos relacionamentos interpessoais, das leituras de diversos livros e artigos.
Conhecimento é o ato de compreender algo usando o raciocínio. É fundado com base na fé, na razão, na cultura ética e moral, na estética e na experimentação. Pode ser compreendido pelo sujeito que conhece, pelo objeto a ser conhecido e pela imagem.
Entre todos os animais, nós, os seres humanos, somos os únicos capazes de criar e transformar o conhecimento; somos os únicos capazes de aplicar o que aprendemos, por diversos meios, numa situação de mudança do conhecimento; somos os únicos capazes de criar um sistema de símbolos, como a linguagem, e com ele registrar nossas próprias experiências e passar para outros seres humanos. Essa característica é o que nos permite dizer que somos diferentes dos gatos, dos cães, dos macacos e dos leões.
Ao criarmos este sistema de símbolos, através da evolução da espécie humana, permitimo-nos também ao pensar e, por consequência, a ordenação e a previsão dos fenômenos que nos cercam.
Existem diferentes tipos de conhecimento:
1. Conhecimento Empírico ou conhecimento vulgar, ou senso-comum – É o conhecimento obtido ao acaso, após inúmeras tentativas, ou seja, o conhecimento adquirido através de ações não planejadas.
Exemplo: A chave está emperrando na fechadura e, de tanto experimentarmos abrir a porta, acabamos por descobrir (conhecer) um jeitinho de girar a chave sem emperrar.
2. Conhecimento Filosófico – É fruto do raciocínio e da reflexão humana. É o conhecimento especulativo sobre fenômenos, gerando conceitos subjetivos. Busca dar sentido aos fenômenos gerais do universo, ultrapassando os limites formais da ciência.
Exemplo: “O homem é a ponte entre o animal e o além-homem“
(Friedrich Nietzsche)
3. Conhecimento Teológico – Conhecimento revelado pela fé divina ou crença religiosa. Não pode, por sua origem, ser confirmado ou negado. Depende da formação moral e das crenças de cada indivíduo.
Exemplo: Acreditar que alguém foi curado por um milagre; ou acreditar em Duende; acreditar em reencarnação; acreditar em espírito etc.
4. Conhecimento Racional – É o conhecimento, sistemático, exato e verificável da realidade. Sua origem está nos procedimentos de verificação baseados na metodologia científica. Podemos então dizer que o Conhecimento Científico: É racional e objetivo, atém-se aos fatos, transcende aos fatos, é analítico, requer exatidão e clareza, é comunicável, é verificável, depende de investigação metódica, busca e aplica leis, é explicativo, pode fazer predições, é aberto e útil (GALLIANO, 1979, p. 24-30).
Exemplo: Descobrir uma vacina que evite uma doença; descobrir como se dá a respiração dos batráquios.
5. Conhecimento Sensorial – É o conhecimento comum entre seres humanos e animais. Obtido a partir de nossas experiências sensitivas e fisiológicas (tato, visão, olfato, audição e paladar).
Exemplo: Pelo cheiro (olfato) sabemos que estamos passando na frente de um local onde se vende um ‘cafezinho’.
O conhecimento pode se caracterizar ainda como:
1. Conhecimento pelas causas
Demonstrar as razões de um enunciado, e o que relaciona o fenômeno em si as suas causas primeiras.
2. Conhecimento no aprofundar e generalizar melhor as suas conclusões
De fato, existe uma relação de causa e efeito na pesquisa científica, que leva o fenômeno que está sendo estudado a um resultado, a partir de prognósticos seguros por intermédio de um encadeamento de resultados.
3. Conhecimento para ajudar na praticidade na pesquisa
As consequências e os resultados do enunciado, ou seja, do elemento pesquisado, precisa ser analisado por intermédio de um estudo comparativo em relação aos seus efeitos sobre um determinado fim desejado de uma forma direta, simples e bem prática.
4. Conhecimento para estabelecer um método e controle sobre o elemento pesquisado
Deve haver um princípio metodológico a partir de uma investigação criteriosa e controlada para que o resultado inspire confiança e as conclusões científicas sejam mensuráveis.
5. Conhecimento para exatidão na pesquisa
O pressuposto científico sobre um tema que está sendo pesquisado vai alcançar o mérito em relação aos seus objetivos se anteriormente, de fato, o experimento ou evidência sobre o fato que está sendo pesquisado é pertinente ao princípio estabelecido pela ciência a partir de causas e efeitos.
6. Aspecto final
Finalmente deve haver uma finalidade principal na pesquisa científica que é o lado social, ou seja, procurar estabelecer verdades para a melhoria das condições de vida da humanidade.
No Curso de Teologia EAD do SETEFI você aprende as técnicas da metodologia científica, tais como: os instrumentos de coleta de dados, a estrutura de apresentação de um trabalho acadêmico, a organização do corpo do texto, referências bibliográficas, citações, bem como outros tópicos relacionados ao assunto.
Elias Gomes