O que significa Administração Eclesiástica? É o estudo dos diversos assuntos ligados ao trabalho do pastor no que tange à sua função de líder ou administrador principal da igreja a que serve.

Lembremo-nos de que a igreja é, simultaneamente, organismo e organização. É o povo de Deus organizado num tríplice aspecto: espiritual, social e econômico, para atender à missão para a qual Deus a constituiu.

Em muitos casos, a Bíblia tem sido citada por sua demonstração de princípios administrativos. Um dos exemplos mais notórios é a linha de autoridade estabelecida por Moisés em atenção ao conselho de Jetro, seu sogro, cerca de mil e quinhentos anos antes do nascimento de Jesus Cristo. Segundo o plano de Deus, a autoridade vem dos níveis mais altos para os inferiores. Ela traz consigo grande responsabilidade, e as pessoas investidas de autoridade são divinamente ordenadas a usá-la responsavelmente, para os propósitos celestiais.

Assim, a organização é bíblica, é universal; é tão antiga quanto a própria humanidade. A Arqueologia o tem comprovado. Desde o princípio, os homens sentiram necessidade de se organizarem em sociedades ou grupos, a fim de proverem os meios de subsistência e sobrevivência.

No Antigo Testamento há um exemplo no livro de Êxodo no capítulo 18 versos 13 a 27 sobre a Administração Eclesiástica:

v.13 – “No dia seguinte, assentou-se Moisés para julgar o povo; e o povo estava em pé diante de Moisés, desde a manhã até o pôr-do-sol” – Observação e inspeção pessoal.

v. 14 – “Vendo, pois, o sogro de Moisés tudo o que ele fazia ao povo, disse: Que é isto que fazes ao povo? Por que te assentas, só, e todo o povo está em pé diante de ti, desde a manhã até o pôr-do-sol?” – Interrogatório – Investigação perspicaz.

v. 15 e 16 – “Respondeu Moisés a seu sogro: É porque o povo vem a mim para consultar a Deus. Quando tem alguma questão, vem a mim para que eu julgue entre um e outro, e lhes declare os estatutos de Deus e as suas leis” – Resolução de conflitos – correção

v. 17 – “O sogro de Moisés, porém lhe disse: Não é bom o que fazes”. – Julgamento.

v. 18 – “Sem dúvida desfalecerás, assim tu, como este povo que está contigo; pois isto é pesado demais para ti; tu só não o podes fazer” – Avaliação do efeito sobre o líder e sobre o povo.

Deus orientou Noé a construir a Arca, para salvar-se do Dilúvio. Instruiu detalhadamente Moisés a conduzir o povo através do deserto. Deu dados completos para a construção do tabernáculo, da Arca do Testemunho, e sobre os altares para o cerimonial etc. Há ainda outros exemplos de organização e técnica administrativa, como a administração de José no Egito, a reconstrução de Jerusalém por Esdras e Neemias etc.

No período neotestamentário, encontramos Jesus, ao iniciar o seu ministério terreno, convocando os seus discípulos e auxiliares. Após instruí-los cuidadosamente, outorgou-lhes autoridade e poder, e os enviou ao campo. Primeiramente, os doze, “às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 10:1). Depois, mais setenta, “de dois em dois”, a todas as cidades e lugares onde Ele havia de ir” (Lc 10:1). Antes de multiplicar os cinco pães, ordenou a seus discípulos que mandassem a multidão assentar-se em grupos de cem e de cinquenta, naturalmente para lhes facilitar o trabalho.

OBJETIVOS DA ORGANIZAÇÃO

Uma boa administração não impede a necessária operação do Espírito Santo. Pelo contrário, o Executivo divino deve ser consultado em primeiro lugar, antes de qualquer planejamento ou deliberação, pois Ele é o maior interessado no progresso do Reino de Deus na terra. Não esqueçamos de que somos mordomos de Deus e devemos administrar bem a nossa mordomia, porque um dia seremos chamados a prestar contas dela.

Os objetivos da organização envolvem: 1) Simplificar o trabalho – Há muitas maneiras de se fazer uma coisa. Porém devemos procurar aquela que seja mais prática e eficiente, que melhor corresponda à realidade. 2) Facilitar a produção – Através da simplificação do trabalho, conseguimos facilitar a sua produção e, consequentemente, produzir mais e melhor.

De fato, administrar não é fazer “mil coisas”. Administrar é a “ciência de gerar um organismo retirando-o da inércia, levando-o a melhor funcionalização dos recursos que justificaram sua criação, com o menos dispêndio (gasto) e sem lhe comprometer o futuro.”

É distribuir as responsabilidades e não “executar todas as tarefas”. É fazer com que todos participem do trabalho. Não se deve confundir isso com exploração dos outros. O bom administrador leva as pessoas a realizar suas tarefas cada vez melhor e a se realizarem no trabalho. Muitos pretendem tratar pessoalmente dos detalhes mínimos da organização da igreja, e, diante do total insucesso, passam a expressar sua frustração dizendo: “Esta não é a minha missão, meu trabalho é ganhar almas. Abandonarei tudo e me dedicarei inteiramente às coisas espirituais”.

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